quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fotografia


Para fotografar não basta só clicar. O movimento da fotografia vai muito além, é preciso fotografar com a alma, com a cultura, com os aparatos técnicos.

O livro “Linguagem Fotográfica e informação”, de Milton Guran, fotojornalista, professor, antropólogo, é de grande valia, pois ajuda a entender os processos de significação da linguagem fotográfica, existentes na composição da fotografia e como a foto se estabelece na mídia. Apesar de ser de 1992, e já ter uma edição mais nova no mercado, o livro é útil para as pessoas interessadas em fotografia e principalmente para mim, que penso em fazer o mestrado nesta área.

Vejamos alguns pontos interessantes que tentarei resumir:

A fotografia, como a pintura, ou qualquer atividade de criação humana, depende de duas questões básicas: saber exatamente o que se quer e como fazer. Isso definirá conteúdo e quais serão os aparatos para a sua produção. E, por se tratar de uma atividade deste tipo, ela está sujeita a diversos fatores psicológicos eminentes do ser humano, talvez por isso a fotografia consiga apresentar ao leitor a associação de idéias e sentimentos.

“A fotografia é uma extensão da nossa capacidade de olhar”, afirma GURAN. Se pensarmos desta maneira, a realidade, ou a representação do que é realidade, pode ter diversos ângulos e se expressar por meio de uma linguagem muito particular. É pela fotografia que pode se construir vários cenários, verdadeiros ou não, fotografando o inesperado, o inusitado, um pequeno detalhe, que abre perspectivas de absorção e compreensão de um fato.

Tanto na fotografia como fotojornalismo um dos fatores mais importantes é a clareza em transmitir uma determinada informação. Mas muitas vezes, e até mesmo pela sua popularidade, as distorções são fácies de serem encontradas, principalmente na produção do fotojornalismo e também após o click. A diagramação é outro fator de importância para a clareza da fotografia. Dependendo da maneira que se organizam visualmente as informações, a fotografia pode ter vários entendimentos.

“... fotografar é efetivar um reconhecimento antecipado: aquilo que é visto não pode mais ser fotografado, porque já passou”, sentencia o autor. Para isso, o fotógrafo, ou fotojornalista, tem que ter uma vasta bagagem de experiência, cultural e experimental, para saber exatamente a hora do click, ato este particular e intransferível, que resulta da interação do fotógrafo e do conteúdo da cena abordada.

Assim como o fotógrafo escolhe o seu equipamento a partir do evento que irá fotografar, com o repórter fotográfico acontece o mesmo, só que ele se baseia na pauta. A escolha dependerá da que maneira como o repórter fotográfico quer aborda determinado assunto, ou seja, o que ele irá considerar como notícia e isso é influenciado direta ou indiretamente pela editoria do meio de comunicação.

Mas se engana quem acha que foi sempre assim. A fotografia, ainda no início do século XX, era feita com máquinas enormes, de difícil locomoção. Desta maneira, o fotógrafo não tinha total autoria do ser fotografado. Normalmente as pessoas que eram fotografadas interferiam na fotografia, posando e escolhendo de que maneira sairiam na foto.

Esse olhar só mudaria a partir do surgimento de câmeras mais leves, assim o fotógrafo ganhava mais liberdade para fotografar o que queria, em diversos ângulos, e isso marcou o surgimento do fotojornalismo moderno. Aproveitando-se dessa estratégia, Gisèle Freund foi quem primeiro fotografou as pessoas sem que elas percebessem.

Um outro fator também que abriria as portas para a fotografia foi as agências de fotógrafos espalhadas pelo mundo, que marcam a entrada de um novo tipo de profissional, com mais informação cultural e muitas vezes com formação universitária e, conseqüentemente, maior preparação.

3 comentários:

Kelly Campos disse...

Saudade do meu cabelão!!!

Cássia Sena disse...

Eu AMO fotografia, mha máquina não sái de dentro da bolsa...

E depois dessa aula então...

E, que cabelo é esse??? Tb sinto falta do meu cabelão quase na cintura!

_____________________

Grande abraço!

Anônimo disse...

Good article, good things, good feelings, good BLOG!